14 de abril de 2014

SEM CORAGEM

É um fim de tarde
para fechar a porta,
encerrar a nota
de um acorde triste.

É muita ingratidão do tempo
que arrasta as horas mortas
deste dia interminável
de solidão e silêncio.

Está calor lá fora,
mas o que dizer agora
para a coragem congelada 
que invade minhas veias?

As decisões que a vida exige
estão abastecidas de consequências
e quase sempre, a balança,
não pesa a favor dos fracos.

Ficar assistindo impassível 
o avançar dos medos
não satisfaz nenhum desejo
e não permite sonhar.

Por isso o caminho se alonga,
se o caminhar é lento
e ficamos presos ao passado,
sem coragem de enfrentar o horizonte. 

Fernando Poeta - 2013

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