29 de maio de 2012

O TREM DO TEMPO

É tarde para saber
onde está o maquinista
do trem do tempo
que nos trouxe até aqui.

Partimos,
e a estação da infância
ficou nos trilhos da lembrança.

Foi tudo tão rápido
na estação da juventude
que o trem do tempo
esmagou nossos sonhos de liberdade.

Ficamos aprisionados
no vagão da existência
e o trem do tempo sem clemência
descarrilou nossos sonhos de chegada.

E entre os destroços
restou a bagagem de nossa vida,
feito páginas rasgadas.                                                          
                                                                  
É tarde para saber                                                       
por que um bilhete de passagem
ficou acenando ao vento
para a vida que fugiu
nos trilhos do trem do tempo.

Fernando Poeta - 1992


Um comentário:

Bruno Mazuco disse...

Muito bom! Mereceu a publicação de um livro.