18 de agosto de 2012

ESTRANHA VIDA REAL

Vida, estranha vida real.
Que desabrocha pequenina,
vai surgindo, vai crescendo
inocente, estranha vida.

Nos homens que caminham
crescem também feridas,
pecados, vícios, desejos
segredos de estranhas vidas.

Sem juízo, luz ou razão,
apostando com a própria sorte,
avançam homens iludidos,
para os braços abertos da morte.

Se a espera de momento oportuno
a morte rondar um leito,
o corpo ficará para as larvas,
não haverá outro jeito.

De um cadáver pobre, se esquece,
mas de um rico também apodrece
quando na terra estendido
nem mesmo as larvas os conhece.

Se ainda restar amor n'alma
destes corpos em feridas,
haverá lugar seguro
para estas estranhas vidas.

Fernando Poeta - 1996

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