11 de agosto de 2012

VAZIOS COTIDIANOS


Vaidades que sobressaem

acima das qualidades, 

que acompanham tendências 

de quem engana a si mesmo. 

Vazios cotidianos 

preenchidos por amenidades, 

ostentação dourada da fachada 

que esconde ruínas interiores. 

A moda que dita regras, 

molda comportamentos, 

corrompe a personalidade, 

contamina gerações. 

A busca do belo 

mudou de direção, 

migrou para academias, clínicas de estética, 

fez esquecer as bibliotecas, museus e teatros. 

Não há limites para quem sonha 

e também para quem pode comprar os sonhos. 

Escravos de si mesmo 

e de celular, ipod, internet, 

drogas, gasolina, botox, silicone, marcas famosas, 

corações com um vazio imenso, 

maior do que tudo que os olhos vêem. 

Enganação dos sentidos, dos sentimentos, 

sexo sem limites, sem frustrações, 

sem idade, sem amor, 

com a duração de um viagra

Um ego que não cabe no corpo, 

que aparece no espelho, na conversa, 

nos relacionamentos, no exterior. 

Pouco se transforma em algo melhor, 

quase tudo se copia, se inveja, 

encontra amparo na fantasia, 

no consumismo, na hipocrisia. 

O tempo avança, faz cobranças, 

o meio ambiente paga o preço, 

o homem esqueceu que é criatura, 

quer ser melhor que o Criador.

Fernando Poeta - 2007

 

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